quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Partindo pra Bolívia!

Grandes amigos, pouco tempo nos resta. Embora haja ainda pela frente um futuro imenso, algumas conversas ficarão para depois. Quando eu voltar tenho muito a fazer. Espero encontrar tudo no lugar.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Minha segunda mochilada.

A vida com todos seus aspectos que me espere para mais tarde. Um dia quando voltar eu me ajeito, me preocupo. Novamente me pego pensando a respeito da vida e da minha longa espera por tudo. Agora, sem qualquer vínculo, nada que prenda mas com um futuro lindo pela frente. E eu vou arriscar de novo, sair por esse mundão a fora, com pouco dinheiro no bolso, uma coragem imensa e uma curiosidade surpreendente. Não tenho medo de estar lá fora, na verdade o que me incomoda e me deixa ansiosa é ficar. Preciso sair! E tomei gosto por ir cada vez mais longe; próxima parada: Bolívia. O país mais pobre da América Latina, um misto do que é real e do que é natural.

domingo, 13 de setembro de 2009

Um breve 'ai' de mim.

Sufocada, procurando sem cessar um sentido que as coisas não tem.
há um tempo acreditei que o sentido de tudo era atribuído por nós mesmos. Mas meus sentidos agora parecem muito fugazes, as amarras que os prenderam a mim parecem se soltar. Tudo foge de mim, tudo me escapa por entre os dedos, aos meus olhos, algo está errado, e está errado desde sempre, mas eu nunca soube o quê pra poder concertar. Quero pensamentos claros pra conseguir me tratar. Quero menos tudo na minha vida, e menos 23 anos de idade que eu nem tenho. Saio por aí agindo como uma velha, responsável e madura,mas eu não sou totalmente assim. Estou me escondendo atrás de mim mesma e durante um tempo funcionou, agora essa parte de mim grita por liberdade, desejo me mostrar ao mundo, mas já não sei mais quem sou. E tenho ums vaga lembrança do que eu planejei ser. Me pergunto agora, como sempre me perguntei, em que parte da jornada me perdi?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A viagem acabou, os pensamentos não.

Hoje sentei-me e me pus a relembrar o passado. Vi as fotos de quando éramos pequenos e senti uma lágrima brotar no canto do meu olho. Vontade imensa de chorar, pensei por toda a tarde a respeito do que nos tornamos. Isso significa que damos significado a palavra sofrimento. Quando éramos pequenos, ela não existia, não estava presente, o significado dela era algo tão distante que não precisava de um nome a ser inferido. Hoje nós a dissipamos todos os dias, todo o tempo. Nós precisamos inventar mais outras mil palavras para dar nome a sentimentos negativos. Era tão fácil. Agora todos os dias somos engolidos por situações que não controlamos e pela vida que vai seguindo sem nos perguntar pra onde queremos ir. Nos iludimos acreditanto sempre que temos o poder e controle para decidir pra onde caminhar, entretanto, quando menos se espera, levamos uma rasteira e somos novamente conduzidos a exatamente aonde deveríamos estar. O que podemos controlar então se não a vontade? O querer? Ficar bem? Independente de onde nós iremos parar. É sempre bom pensar naquilo que éramos, na pureza que um dia nós experimentamos, na felicidade que um dia sentimos, que era ingênua, mas verdadeira.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O meu hoje.

Sentimento de impotência frente ao que viverei agora, não importa o quanto você esteja disposto a não brigar com o mundo, se existe um mundo inteiro disposto a brigar com você. É uma pena que o sentimento de realização trago por essa viagem de auto-descobrimento tenha sido ofuscada por acontecimentos posteriores. Ainda me sinto imensamente feliz por tê-la vivenciado, e ninguém poderia tirar isso de mim. Não importa o que vem em seguida, carrego comigo um sentimento de verdadeira felicidade e paz, a sensação de dever cumprido sempre, porque eu sempre dou o meu melhor.

sábado, 1 de agosto de 2009

O fim e a história inteira em síntese.

Meu nome é BNB, sou estudante de geografia e sonhadora. Fui ao Rio Grande do Sul, pode-se dizer a procura de uma parte que não tinha. Sou fruto do quarto casamento do meu pai, a décima e que se tem notícia última filha que ele teve. Estou nesse roteiro desde terça-feira, dia 14/07/09. Começo a escrever de Belo Horizonte. A verdade é que de todos os dez filhos restou um contato fragmentado, entre eu e meu irmão que vive aqui em BH e três que moram em Pirapora, paralelo a isso, no sul, três irmãos também de mesma mãe mantiveram contato. Meu pai natural de Santa Vitória do Palmar é falecido há quase cinco anos. Foi enterrado em sua terra natal e eu morando tão longe não pude comparecer ao seu enterro e nunca tive a oportunidade de visitar seu túmulo. Desde sua morte, perdi o pouco contato que existia entre mim e meus irmãos do sul. Sem nunca perder a curiosidade ou a vontade de realmente conhecê-los. Embora durante esse tempo, sentir falta do meu pai foi o que mais me marcou. Eu vim ao Rio Grande do Sul duas vezes, com dois e com onze anos, em ambas eu era muito nova para lembrar de algo significativo, mas os detalhes permaneceram todos em minha mente, e feita essa viagem relembrei-me de muito do que eu pensei um dia que fosse apenas sonho. Passei esses últimos cinco anos limitada como ser humano e como pessoa, abarrotada de questões das quais não havia resposta. Pensei muito no último desejo do meu pai, de como ele queria que a família permanecesse unida, de um modo como nunca foi, mesmo com ele em vida, limitada pela distância. No início desse ano comecei o curso de Geografia aqui em minha cidade, e por necessidade durante esse tempo comecei a vender bombons, no fim do semestre eu cansada havia conseguido acumular uma quantia significativa. Decidi instantaneamente investir esse dinheiro em algo que eu pudesse levar pro resto da vida. Decidi ir até a Santa Vitória visitar o túmulo do meu pai. Sempre soube que essa visita era necessária para que eu pudesse seguir com a vida. Munida de cadernetas onde meu pai anotava o telefone e endereço das pessoas eu passei os últimos três anos tentando fazer algum contato com meus irmãos do sul, mas em vão, visto que os telefones eram muito antigos. Me restando os endereços eu resolvi aparecer de supetão nas respectivas casas e tentar achá-los. Mas antes que eu precisasse simplesmente aparecer, eu numa tarde qualquer, num impulso peguei novamente as cadernetas, o telefone e tentei ligar para todos os números das pessoas que sabia que eram da família. Por milagre, acaso, ou qualquer coisa que seja eu consegui falar com um tio meu recluso em uma cidade fria deste país. Nunca pensei que isso de fato pudesse acontecer então não me preocupei com o que eu diria caso conseguisse completar alguma ligação. De imediato, tomada pela emoção gaguejei meu nome e o nome do meu pai. Ele de certo não ficou muito feliz ao falar comigo, pois tudo que fez foi exigir que eu provasse ser filha do meu pai. Não me importei muito com isso, não provei e ficou tudo por isso mesmo. Essa ligação foi suficiente para que uma esperança me tomasse por dentro, pois alguém mais poderia atender. Digitei no telefone o número da L.M., e alguns pulsos depois, veio ao telefone uma voz doce. Ao contrário desse meu tio, ela já me conhecia de anos atrás e foi muito receptiva ao telefone. Não demorou pra que me convidasse para ficar em sua casa durante minha estadia. Eu nem pretendia passar por Pelotas que é onde ela mora, mas resolvi alterar minha rota pois essa, além de ver o túmulo do meu pai seria uma parte muito importante da viagem, a retomada dos laços que nos fazem ser irmãs.

Logo, em minha frente estava uma viajem longa e emocional. De objetivo triste acabou sendo uma viajem muito positiva. Mas mesmo tendo juntado dinheiro, a minha quantia não era nem de longe o necessário pra que eu pudesse realizar essa viagem, mas com o objetivo em mente, recorri aos velhos e bons e a todas as pessoas mais que eu conhecia. Abandonei toda minha vergonha, meu pudor e meu orgulho e pedi ajuda. Sempre com o objetivo em mente, rapidamente todos abraçaram a causa e eu obtive uma grande ajuda. Ganhei até mesmo as passagens. Enfim, não foi tão vergonhoso assim admitir minhas limitações financeiras em prol de uma causa tão nobre. A princípio eu só iria visitar um túmulo e quando vi eu tive a oportunidade de reatar laços. De construir algo, de voltar com uma outra parte da família. E foi extremamente positiva essa arrecadação, pude ver na parte prática com quem eu posso contar, e não se trata de dinheiro, se trata do apoio e do incentivo que eu recebi de todas essas pessoas. E eu sempre vou lembrar-me disso, estas me ajudaram a construir uma parte da minha história. Foram cerca de quinze dias de intensa mobilização. E não demorou pra que eu tivesse muito mais que o necessário. Surpreendi-me muito com a capacidade das pessoas de se mexer. De longe esse é um dos ápices de minha vida.

Enfim, a viagem finalmente havia sido marcada, em menos de dias eu estaria embarcando rumo à história que eu deveria viver. Um grande e memorável momento da minha vida. Agora que a viagem estava em iminência, admito que me bateu uma grande tristeza por estar indo. Passei chorosa os últimos dias, emocionada por essa oportunidade, sensibilizada por rever meus irmãos e imensamente triste e desencorajada por visitar o tumulo do meu pai. Senti como se eu estivesse indo visitá-lo. Receio não ser possível ver sua forma física. Como eu havia dito, sempre soube que essa viagem seria muito feliz embora o motivo principal não o fosse. Quando se trata disso, admito que não sou tão corajosa como tenho aparentado ser. Vivo desconsolada com a falta que meu pai faz. Terei que conviver com tal fato seguindo sempre incompleta.

Por tudo, por todo meu cansaço eu não senti em momento algum ansiedade. Dessa vez o melhor não seria a espera pela festa, mas a festa em si. Me senti forte ao deixar minha família no aeroporto, pela primeira vez não derramei uma lágrima, me dei conta hoje, já não havia mais pelo que chorar. Apesar de já ter andado de avião antes, pra mim foi como se eu o fizesse pela primeira vez. A sensação ao decolar e pousar é extremamente agressiva, e se perde muito da paisagem e do que pode ser visto em terra. Não preguei os olhos na janela todo o tempo, me entreti com um livro que minha mãe me deu. Mas quando olhava para a janela via paisagens que pareciam ter saído do Google Earth. A todo momento se tinha um tapete de nuvens, e o sol nos acompanhando como se estivéssemos realmente a caminho do paraíso.

O Avião pousou em Porto Alegre e meu coração se encheu de um sentimento positivo, estava extremamente contente de ter começado a minha jornada. Em POA, ficou combinado que eu ficaria na casa de um amigo de um grande amigo meu. Quando cheguei, fiquei um tempo sozinha no aeroporto, se via que o L. não era um cara pontual, mas por toda minha inquietação eu não me importei de esperar. Fomos para a casa dele e notifiquei com alegria a minha família que ele não era um estuprador. Na manhã seguinte saímos por POA, conheci praças lindas, vi esculturas maravilhosas e me familiarizei um pouco com a cidade e com sua beleza. Não demoramos no passeio e fomos até a casa da minha Tia. Queria poder ter ligado antes, mas para minha supresa eu fui extremamente bem recebida por ela. Em minha mente não havia tão boas lembranças de quando eu vim e era criança. Não soube bem se ela me reconheceu no momento em que me viu, mas assim que se lembrou de meu pai, veio a ela uma felicidade enorme, foi como se ela estivesse olhando pra ele, ela me acariciou a face, e me disse que eu era como ele, e em seguida fez questão de que eu a chamasse de tia. Nesse momento todas as más lembranças se foram, eu perdoei o que nem existia para que fosse perdoado e me deu vontade de ficar perto dela. Uma coisa que eu adoro, é observar como a natureza sempre da um jeito de nos limitar a condição de humanos. Assim, podemos agir mediocremente por toda uma vida, mas assim como na infância existem limitações, a velhice acaba com as nossas condições de ter capricho ou de sermos geniosos. Penso eu que chegar até aqui, com 92 anos não é fácil e por isso as energias devem ser voltadas para suprir a existência. Embora quisesse ficar mais, Porto Alegre definitivamente não é uma cidade onde estar sozinho é bom. A cidade inspira romance, e o frio faz com que seja necessário ter alguém do lado. Eu não cheguei até lá sozinha e caminhar por aquelas ruas sozinhas me dava uma tristeza imensa. Eu fui pra Pelotas no mesmo dia, senti muito frio em POA e pensei que ficaria mais quentinha com minhas irmãs. Aconchegada dentro do ônibus a todo o momento me vinha uma felicidade enorme. Sabia que todos os meus dias seriam importantes a partir dali. Quando cheguei à rodoviária de Pelotas me surpreendi ao reconhecer minhas irmãs. Estavam mais velhas, mas igual ao que eu me lembrava. E nessa data pude conhecer meu sobrinho, um excelente homem e um ótimo filho. Foi fácil eu acolher essas pessoas em meu coração e em pouco tempo eu me apaixonei por eles e por Pelotas. Sabia que difícil iria ser sair dali e não permanecer. Foram dias muito bons, vivemos duas semanas numa espécie de rotina, mas era muito agradável, apesar do frio que me cortava, me limitava, e me causava um desespero profundo, era ótimo sair todos os dias sem rumo caminhando por todos os lados. No final, passando esses dias por minha conta, aprendi muito sobre mim e sobre as pessoas. Posso dizer que enfrentei meus maiores medos e me superei em todas as minhas limitações, lá eu aprendi a ser sociável como nunca fui, e fiz amigos quase que instantaneamente, me apaixonei pela hospitalidade das pessoas e com a educação. É fácil fazer amigos em um ambiente desse, em que as pessoas todas parecem reais. E não máquinas como se vê em outros lugares inclusive aqui em BH. Estabeleci uma ligação com minhas irmãs G. e L.M. praticamente assim que as vi, foi extremamente bom tê-las por perto. Em Pelotas todos os dias eu sai pra caminhar. E essas foram caminhadas esclarecedoras, aprendi sobre a vida caminhando. E em Pelotas, tive a oportunidade de conhecer também minha outra irmã A., e a filha dela, minha sobrinha L., meu pai havia escrito uma poesia pra L., expressando toda sua paixão pela menina, e assim que a conheci eu pude compreender o porque de ele ser tão apaixonado por ela, um doce de menina, deve ter sido muito boa a sensação de ser avô de uma criatura tão linda. E vi na A. alguns traços que carrego comigo, e aí eu pude ver que não importa a distância, o sangue é mais forte. Pelotas foi como a realização de um sonho, um sonho nunca antes pensado. Cresci nesses dias como se eu tivesse passado anos por lá, incrível pensar que foram só alguns dias. Meu próximo destino era Santa Vitoria meu tempo já estava curto e eu só pude dar uma passada rápida, mas essa passagem foi de grande valia, pude experimentar novamente a hospitalidade sulista na casa do meu irmão A., este, é um homem muito bonito e feito, e quanto ao seu jeito, é um jeitão que me lembra muito meu pai. Conhecê-lo, falar com ele, ficar ao lado dele foi o mais difícil pra mim nessa viagem, a todo o tempo eu estive intimidada por sua presença, mas ao final parecia a mim que ele era inofensivo. A M., sua esposa foi comigo ao cemitério onde eu finalmente cumpri com o objetivo da viagem, difícil pra eu imaginar que atravessei o país para ver um bloco de concreto. O cemitério, tudo era completamente diferente de tudo que imaginei um dia, para mim eu encontraria um cemitério coberto por um gramado verde, e a lapide do meu pai se encontraria em um canto perto de uma arvore, mas nesse cemitério definitivamente a morte repousava, visto a frieza de tanto cimento e nenhuma grama. Eu não contive minhas lágrimas ao entrar lá, mas saí de lá aliviada por ter chegado até ali. Foi como se meus ombros desabassem, tudo descansaria em paz ali, e ao sair de lá, eu finalmente pude enterrar meu pai. No dia seguinte embarquei pra Porto Alegre onde em um dia praticamente eu pegaria o avião de volta. A maior parte do trajeto era uma reta sem fim, fiquei apaixonada pela vista, era um planalto contínuo, verdejante, inundada de bichos! Imediatamente fiquei tentada a morar numa casinha de sapê, cheia de vaquinhas e ovelhas. Chegando em Porto Alegre o sonho do campo acabou, estava de volta aquela cidade linda e agitada. Mas ao contrário da cidade, e da sensação que ela proporcionava, em mim reinava paz. Eu estava orgulhosa de ter chegado a onde fui, de ter segurado minha onda todo esse tempo, de ter sido corajosa apesar de não me sentir corajosa. Fiquei em paz por conhecer mais sobre mim e por voltar pra casa deixando lá, família. Foi bom ter respondido aos meus inúmeros questionamentos, e perdoado todos os meus rancores. Voltei sem angustias contente que voltaria logo pra casa. Quando voltei finalmente percebi o verdadeiro estado de debilidade de minha Tia, foi aí que percebi que durante os dias o estado mental dela variava de lúcida a não-lúcida. Mas isso não importava, a presença dela foi algo extremamente agradável pra mim, receber seu carinho era reconfortante e as lembranças que eu carreguei ao longo da vida foram todas deletadas. Nessa oportunidade também conheci a T. M., minha prima, com fama de ser uma mulher de personalidade forte, me recebeu extremamente bem também. Foi ótimo viver todos esses dias no sul. Esses dias supriram carências de anos, conquistei ali uma vida. Embarquei no avião extremamente realizada. Voltar pra casa nunca me pareceu tão bom. Agora eu estou livre pra continuar a vida, livre do passado, e com um novo futuro a frente.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

My elephants!

Mas eu sou muito fofa! Olha que graciiinha!