sábado, 4 de julho de 2009

O início da história, uma breve introdução

Já faz quase cinco anos que minha vida mudou completamente. Foi quando amadureci, e ao mesmo tempo me desencontrei. Dia 14/09/2004, quando meu pai faleceu. Perdi meu melhor amigo, e a minha alma gêmea, as coisas ficaram mais difíceis sem ele, imagine tamanho amor que é possível sentir por alguém, e tamanha minha dor.

É extremamente difícil escrever sobre esse assunto, em minha mente as idéias não estão sequer claras. Mas enfim, esse foi o fim e o início de capítulos da minha vida, como disse serei breve. Agora só é necessário dizer que ele foi enterrado em Santa Vitória do Palmar-RS, Nem me lembro de tê-lo ouvido falando dessa cidade. Consta que eu nunca pude ir até lá, sei que não existe mais nada de corpo, mas ali é onde se findou a matéria. Os últimos resquícios em terra. E eu preciso ir lá. Simples necessidade humana de chorar frente a um túmulo.

Mas aí é que esta. Como ir? A falta de condição é tudo que limitava. Fiquei esses cinco anos aqui, presa, estagnada, sem ter nem coragem, nem como ir até esse bendito túmulo no fim do Brasil. Acontece que esses dias eu estive muito cansada, e eu cansei de esperar, me lembrei de velhos valores que eu havia perdido no meio de toda a intensidade da vida. Lembrei-me de tornar todos os dias, dias novos, em que pudesse se comemorar algo, vivenciar algo diferente, se apaixonar o tempo todo, amar insanamente. E cansei de esperar o dia em que eu tivesse condições, resolvi criá-las. Apelei para todo meu resquício de humildade e pedi ajuda para todas as pessoas que eu conheço, desde as mais distantes as mais próximas, sei que mexer com finanças é um assunto extremamente delicado e que eu enfrentaria o descaso de uma porção de pessoas que sempre se dispuseram a me ajudar e de repente também não viam como. Lembrando que antes de pedir ajuda devido à falta de estágios que me assolou eu resolvi vender bombons, e vendi bombons incessantemente, até o dia em que não teve mais e é essa a grana sólida que eu consegui. Mas insuficiente, infelizmente. Comecei uma vaquinha louca. Se 100 pessoas me doassem R$1,00 eu teria 100. E cem me ajudaria bastante. Mas as 100 pessoas não me ajudaram, conto em minhas duas mãos às pessoas que o fizeram, mas não interessa, pessoas lindas me deram o que era mais necessário, o incentivo. Dinheiro é coisa mundana, facilita, cria as condições, mas não é isso que eu respiro, nem é isso que faz meu coração bater. Eu disse a mim mesma que iria e pronto, simples, nua e crua e sem contato com ninguém, e sem dinheiro pra nada além da passagem. Simples, simples, simples, simples assim. Cansei de esperar, cansei de hesitar, cansei da sensação de segurança que a linearidade da vida te oferece.

E essa é a primeira parte do relato.

Em resumo, sem grana, sem carro, sem eira. Eu decidi ir.

Um comentário:

  1. Ola ,Vc nao me conhece ainda ,mas sei da sua Historia,queria te parabenizar por toda sua trajetoria,desde o pensamento de ir para o RS ate a concretizar este feito e o mais importante por uma causa mais do que justa.
    Coragem e determinaçao Vc tem de sobra e sao coisas fundamentais para que td de bom aconteça.Mais uma vez parabens e conte comigo.

    ResponderExcluir